Reflexões - Cap 23 - A relação entre eu, a minha síndrome de impostora e a vida perfeita das redes sociais
- Andressa Siqueira
- 14 de out. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 22 de nov. de 2024
Normalmente ao abrir nossas redes sociais vemos vidas perfeitas, alguns corpos sarados e muita gente inteligente. Esse tipo de exposição algumas vezes nos faz pensar que não somos bons o suficiente.

Acho que desde que me entendo por gente nunca me senti boa o suficiente. E isso não começou por causa das redes sociais que começavam a engatinhar quando eu era jovem.
Por mais que me esforçasse nunca fui aluna de nota 10. E o maior problema não era esse mas sim as comparações que surgiam com o irmão (que tirava 10 sem grandes esforços) e outros colegas.
E ao me tornar adolescente não foi muito diferente por diversas razões. Só que nessa fase entrou um novo complicador, a tal da auto estima. Eu olhava para as outras meninas, sempre bem arrumadas, bonitas e etc e quando me olhava no espelho, via um patinho feio (Não que eu ache que virei um lindo cisne).
E ao começar no mercado de trabalho, esse sentimento de não ser bom o suficiente me acompanhou. Ouvia os colegas dizerem que estavam fazendo tal curso ou lendo tal livro e me questionava o qual incompetente eu era para não conseguir também ler um livro ou fazer o tal curso.
Isso impactou de diversas formas em diversas areas da minha vida. Aceita o pouco que tinha, o pouco que me davam pois sempre achei que era o máximo que iria conseguir mesmo sonhando com muito mais!
Sempre achava que o pouco de sucesso que tinha era coincidência e que a qualquer minuto alguém iria descobrir a fraude que eu era, que eu não sabia o suficiente ou não era inteligente o suficiente. E esse tipo de sentimento era a síndrome do impostor falando comigo.
Especialista em inteligência emocional, Fabrício Nogueira complementa que a síndrome do impostor envolve uma gama de sentimentos vindos de baixa autoestima e insegurança.[1]
“É uma crença dentro da pessoa de que ela não é boa o suficiente. Por mais que ela consiga vários resultados positivos, ela não consegue se perceber dentro disso. Acha que suas conquistas são fruto de sorte ou qualquer outro fator. O mérito não vai para a ela. É uma síndrome ligada à capacidades, habilidades e o não-merecimento. Um nível alto de cobrança na infância é uma das grandes causas dessa sensação, mas também vem do convívio social, principalmente entre os tímidos”, pondera.
Lembre-se de procurar um psicólogo para ter o seu diagnóstico para saber se de fato você tem ou não a síndrome do impostor!
Precisei passar por inúmeras coisas como, relacionamento fracassado que hoje vejo que era assim desde o início, maus professor e chefes piores ainda. Precisei quase cair para pedir ajudar. Até escrevi isso no artigo Reflexões — Capítulo 12—A necessidade de uma parada quase que total.
E ai entram as grandes salvadoras: Eu e a Terapia!
Sim, eu sou a minha grande salvadora! Não existe ninguém na face da terra com o poder de nós salvar sem ser nós mesmos, isso principalmente no campo sentimental e psicológico!
A terapia me ajudou a me olhar pra mim mesma com mais amor, piedade e acreditar mais! E entender de forma mais profunda algo que sempre ouvi: "Cada um tem suas batalhas e desafios a superar. Elas são únicas pois cada indivíduo tem uma vivência única, uma visão única do que acontece."
Aprendi a me sentir bem comigo mesmo, a gostar de ficar sozinha (coisa que sinto falta se não tenho algumas horas para mim durante um período) e principalmente a não me comparar tanto com os outros.
Hoje, ao olhar para um colega ou alguém na rede social, não me cobro em ser igual a ela. E se por um segundo esse pensamento vem, olho para tudo que sou e conquistei!
Não vou mentir dizendo que nunca mais me cobrei ser igual a outra pessoa, o que importa é a forma é como eu ajo logo após. Se eu vejo uma pessoa que consegue fazer vários cursos, da várias palestras entre outras coisas que gostaria de fazer mais, não olho me menosprezando, olho para minha vida e quantidade de coisas que eu faço: Trabalho em 2 lugares, cuido da minha casa e da minha família, vou a academia (mesmo que o corpinho ainda não demostre isso..kkk) e ainda consigo um tempinho para estudar e compartilhar o conhecimento aqui e nas minhas redes. Isso já é muita coisa!
E de tempos em tempos, paro e olho para minha vida, para nunca esquecer que estou tentando sempre fazer o melhor para mim e não para os outros! Que a cada dia tento melhorar um pouco, tento aprender algo novo e fazer mais um pouco. Coloco na balança tudo que tenho, lembrando que sou um ser humano e preciso descansar e ter momentos de lazer genuínos, e tudo que gostaria de fazer e vejo o que pode sair ou ser pausado, para outra coisa entrar mas sempre tentando manter o equilíbrio.
E no final tudo se resumo nisso, equilíbrio! Saber que não sou uma super mulher. Saber se alguém sabe mais que eu sobre música, talvez sabia menos que eu sobre ciências de dados. Saber que se alguém sabe mais que eu sobre ciências de dados, saiba menos que eu sobre crochê e assim por diante.
E saber valorizar o que já tenho e quem eu sou! E saber que anuncia pessoa que pode me derrotar sou eu mesma se eu deixar!
Não existe fórmula mágica e nem foi dizer, faça o mesmo que você também consegue! Você tem que encontrar o seu caminho. Peça ajuda a um psicólogo, não tenha medo ou preconceito! Isso pode te ajudar a ter uma vida mais equilibrada e feliz!
E você? Como você lida com as redes sociais e sua síndrome do impostor (se você tiver)?
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