Reflexões - Capitulo 2 - Tipos de professores (um leve desabafo)…

Andressa Siqueira
2 de ago. de 2020
5 min de leitura

Hoje depois de uma conversa com um amigo sobre a vida, estudos, perrengues e alegrias (mentira, falamos basicamente só das partes ruins mesmo) fiquei pensando sobre os tipos de professores que existem.

Logo depois me veio à mente a reflexão de que tipo de professora eu quero ser.

Posso listar aqui, por alto, alguns tipos de professores, que ao meu ver, são os mais comuns.

· Os professores por vocação e que nunca desiste;

· Os professores que já se cansou;

· Os professores que tem vários diplomas, mas nenhuma didática ou tato para lidar com seus alunos;

· Os professores que ninguém sabe por que estão ali, acho que nem eles mesmo sabem e;

· Os professores que fazem distinção entre alunos.

Já tive todos esses professores durante toda minha vida acadêmica, em praticamente todos os níveis. Vou falar um pouco sobre a minha visão de cada um deles.

“O professor por vocação e que nunca desiste”

Para mim esses são os melhores professores que existem e já tive alguns assim (Não vou listar aqui porque posso esquecer de alguém e se eu não esquecer os professores que já passaram pela minha vida vão saber que não são bons).

Esses professores estão sempre buscando aprender mais e se aperfeiçoar. Tanto em sua especialidade, mas também no entendimento das questões humanas. Eles sempre deram suas vidas, alma e coração aos seus alunos e sempre fizeram de tudo para que todos pudessem aprender tudo que eles sabiam.

Esse tipo de professor é aquele que acredita no aluno mesmo quando ele próprio não acredita na sua capacidade. Que tenta ajudar a achar soluções para os problemas acadêmicos, pessoais e até mesmo os para conciliar o trabalho com o estudo.

Eles sabem que muitas vezes aquele aluno não tem com quem contar financeiramente para poder largar tudo e se dedicar apenas aos seus estudos por um determinado período. Às vezes, aquele aluno é o arrimo de família, e tem mais gente dependendo dele.

- “Ah Andressa, mas existe bolsa para os estudantes”.

Sim, verdade. Mas não são concedidas a todos os estudantes e o valor é baixo. Atualmente é de R$1500,00 para os alunos de mestrado e R$ 2000,00 para os de doutorados. Os alunos de ensino superior têm os gastos de refeição na rua, passagens, aluguel em alguns casos e alimentação também. Sem contar que muitas vezes os alunos compram os próprios materiais para trabalhar em seus projetos pois a faculdade não tem recursos ou então demoraria meses para o material chegar o que resultaria em atrasos no projeto e até mesmo a perda deles.

Esse tipo de professor, é aquele cara que você sempre pensa quando precisa de um conselho, que você nunca quer perder o contato, que você fica feliz em ter a aula dele e que se entristece quando ela acaba.

“Os professores que já se cansaram”

Esse é o tipo de professor que muitas vezes não aparece no horário das aulas ou então faz om que os alunos deem aulas em seus lugares através de seminários. Dificilmente tão aula, não explicam nada quando são perguntados e basicamente dão a mesma faixa de notas para toda turma.

Eles não importam se seus alunos estão realmente aprendendo alguma coisa. Só querem receber no final do mês. Porém se você encontrar algum aluno antigo dele, vai ouvir a seguinte frase:

- “Fulano foi um dos melhores professores que tive na vida!”

Eles já foram professores do tipo de professor por vocação, mas em algum momento se perderam e parece que ninguém lhes falou que isso aconteceu. Se perderam por que estão cansados de serem tratados como lixos, de não serem valorizados entre tantas outras coisas.

“Os professores que tem vários diplomas, mas nenhuma didática ou tato para lidar com seus alunos”

Esses professores são aqueles que normalmente falam aos 4 ventos toda sua formação academia e que acredita que por só por isso nenhum aluno tem como saber algo que ele não sabia ou que o aluno saiba mais que ele.

Normalmente são desses professores que escutamos que devemos escolher se queremos estudar ou trabalhar sem ao menos tentar entender o porquê aquele aluno está fazendo os dois ao mesmo tempo. Que dizem que se você não tem tempo ou condições, não deviam estar lá ocupando a vaga de quem tem…

Esses professores esquecem que sentados nas cadeiras a sua frente, estão antes de tudo de seres humanos que estão ali buscando um direcionamento, conhecimento e não entendem que muitas vezes aqueles alunos não tiveram outras opções e estão fazendo o melhor que pode com os recursos que tem.

Muitas vezes, esses tipos de professores desvalorizam tanto o esforço de um aluno que o fazem pensar que ele não tem vocação para uma determinada carreira, que ele não é bom o suficiente ou que não adianta ele tentar, pois ele nunca será melhor.

“Os professores que ninguém sabe por que estão ali, acho que nem eles mesmo sabem”

Esse tipo de professor eu encontrei poucas vezes na minha vida, graças a Deus.

Esse cara, não tem didática, não tem vocação e quanto você pergunta o porque ele está ali, na frente de uma turma ministrando uma aula (ou tentando em vários casos) suas respostas deixam claro que ele está ali porque alguém obrigou ou porque ele não encontrou a carreira que lhe agrada, mas precisa pagar as contas no final do mês neh!?

“Os professores que fazem distinção entre alunos”

Esse tipo de professor é aquele que você que pega no pé de um aluno (muitas vezes por motivos fúteis) porém enaltece um outro.

Independente do motivo que os levam a fazer isso, na minha opinião pessoal eles são um dos piores tipos de professores que existem pois eles interferem não somente no aprendizado do aluno, mas também no seu emocional fazendo com que seu aluno se sinta um lixo, um ser horrível, um burro, que nada que sai dele é razoável ou plausível e muitas vezes deixam sequelas para o resto da vida do aluno.

Já vi e tive professores assim! Elogiavam colegas por conseguirem trabalhar e estudar e criticavam os outros (que as vezes tiravam melhores notas que os que eles elogiavam). Jogavam piadas dentro de sala, insinuando que determinado aluno não era bom ou esforçado o suficiente. Forçavam uma escolha entre o trabalho e o estudo sem levar em consideração que aquele aluno podia não ter ajuda financeira de outras pessoas ou que existam pessoas que dependiam dele. Ameaçavam seus alunos com reprovações em suas disciplinas ou perda de seu diploma e todo seu esforço até aquele momento.

Infelizmente nem todos conseguem suportar essa pressão. Já vi amigos queridos caírem, desistirem de seu sonho por causa de professores assim…

“E o tipo de professora que quero ser?”

Apesar de querer continuar trabalhando nos meus projetos e querer fazer com que eles realmente se tornem produtos e que ajudem as pessoas por aí, também quero dar aulas e compartilhar o meu conhecimento.

Eu quero estar na primeira categoria que listei aqui! Quero que meus futuros alunos sejam meus amigos também. Que se lembrem de mim com carinho e que venham até mim quando estiverem precisando de conselhos!

Quero passar para eles muito mais que um conhecimento específico sobre computação! Quero ajudar a cada um dele, ensinando um pouco de empatia, de todo esforço vale a pena se é de coração! Quero poder tocar na alma de cada um e saber que ao irem embora da minha sala de aula eles saíram melhores que entraram. Que saíram mais sábios, mais fortes, mais sonhadores e acreditando mais ainda em si mesmo e no futuro. Quero que dentro da minha sala e durante toda vida eles tenham ideias, que transformem essas ideias em realidades e que com elas ajudem a transformar a vida das pessoas e o mundo para melhor!

Espero poder daqui a alguns anos, ler alunos meus dizendo que sentem minha falta, o quanto eu os ajudei e que fiz diferença de uma forma positiva em suas vidas! E espero também que num futuro não muito distantes, todos os professores sejam respeitados, que todos estejam na primeira categoria que listei e que toda a população entenda sua importância!